La plataformización de la industria audiovisual del Estado y sus controversias
Abstract
Los procesos de digitalización, convergencia y plataformización en curso han permeado y transformado el funcionamiento de las industrias culturales en cada uno de los eslabones de sus cadenas de valor. Aunque estas mutaciones afectan tanto a actores públicos como privados de cualquier parte del mundo, resultan más desafiantes para las industrias situadas en contextos geográficos periféricos con alta dependencia tecnológica y productiva de los principales países capitalistas centrales. Se observa así una problemática referida a las características de las relaciones que mantienen los actores que integran el complejo audiovisual nacional con las grandes plataformas de distribución, que definimos aquí como “extractivista” y asimétrica. En el marco de esa discusión mayor, esta revisión de la literatura se enfoca en un tipo particular de actor dentro del complejo audiovisual: aquellos que integran la industria audiovisual del Estado y producen, por lo tanto, contenidos públicos. En este punto, el artículo señala las posibles tensiones entre la lógica del funcionamiento mercantil de las plataformas globales y los valores que orientan y le dan sentido al servicio público audiovisual, como la inclusión, la calidad, el acceso universal y la diversidad. En este punto, el trabajo recoge una serie de experiencias, en particular del contexto europeo, que permiten identificar respuestas y estrategias de los medios públicos ante las plataformas y su programación algorítmica. El trabajo concluye que pese a las tensiones y amenazas que se producen a partir de la relación entre los medios públicos y las grandes plataformas, el nudo problemático central se sitúa en la persistencia de una relación marcada por la dependencia tecnológica y productiva como resultado de la ausencia de un “cibernacionalismo” en los países de nuestra región. The digitization, convergence and platformization processes under way have
permeated and transformed the functioning of the cultural industries in each of the links
of their value chains. Although these mutations affect both public and private actors
anywhere in the world, they are more challenging for industries located in peripheral
geographic contexts with high technological and productive dependence on the main
central capitalist countries. Thus, a problem related to the characteristics of the
relationships maintained by the actors that make up the national audiovisual complex
with the large distribution platforms is observed, which we define here as “extractivist”
and asymmetric. Within the framework of this larger discussion, this review of the
literature focuses on a particular type of actor within the audiovisual complex: those
who make up the State's audiovisual industry and therefore produce public content. At
this point, the article points out the possible tensions between the commercial logic of
global platforms and the values that guide and give meaning to the audiovisual public
service such as inclusion, quality, universal access and diversity. At this point, the work
gathers a series of experiences, particularly from the European context, which allow the
identification of responses and strategies of the public media before the platforms and
their algorithmic programming. The paper concludes that despite the tensions and
threats that arise from the relationship between public media and large platforms, the central problematic axis is situated in the persistence of a relationship marked by
technological and productive dependence, as a result of the absence of “cybernationalism” in the countries of our region. Os processos de digitalização, convergência e plataformização em curso têm
permeado e transformado o funcionamento das indústrias culturais em cada um dos elos
de suas cadeias de valor. Embora essas mutações afetem atores públicos e privados em
qualquer parte do mundo, elas são mais desafiadoras para indústrias localizadas em
contextos geográficos periféricos com alta dependência tecnológica e produtiva dos
principais países capitalistas centrais. Assim, observa-se um problema relacionado às
características das relações mantidas pelos atores que compõem o complexo audiovisual
nacional com as grandes plataformas de distribuição, que definimos aqui como
"extrativistas" e assimétricas. No âmbito dessa discussão mais ampla, esta revisão da
literatura enfoca um tipo particular de ator dentro do complexo audiovisual: aqueles que
compõem a indústria audiovisual do Estado e, portanto, produzem conteúdo público.
Nesse ponto, o artigo aponta as possíveis tensões entre a lógica comercial das
plataformas globais e os valores que norteiam e dão sentido ao serviço público
audiovisual como inclusão, qualidade, acesso universal e diversidade. Neste ponto, o
trabalho reúne um conjunto de experiências, nomeadamente do contexto europeu, que
permitem identificar as respostas e estratégias dos media públicos perante as
plataformas e a sua programação algorítmica. O artigo conclui que, apesar das tensões e
ameaças decorrentes da relação entre mídia pública e grandes plataformas, o eixo
problemático central situa-se na persistência de uma relação marcada pela dependência
tecnológica e produtiva, fruto da ausência de “cibernacionalismo” nos países da nossa
região.
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