La constitución de la violencia de género como problema público y los frames sobre aborto: revisión crítica de antecedentes y propuesta de análisis
Abstract
Un problema público representa una mirada particular de una situación en un momento dado. Se trata de un proceso selectivo entre una multiplicidad de realidades potenciales que requiere de una definición colectiva que lo legitime en una arena competitiva, en la que se disputa el sentido de todas las problemáticas sociales. Allí, los medios de comunicación son actores clave, puesto que en las noticias periodísticas se definen situaciones problemáticas y se atribuyen responsabilidades.
En ese sentido, el objetivo general del artículo es analizar la constitución de la violencia de género como problema público. En lo específico, se apunta a evaluar los antecedentes que hicieron posible la definición del carácter problemático de la violencia contra las mujeres, comprender los eventos críticos (Staggenborg, 1993) que legitimaron al activismo feminista en redes sociales y analizar los contenidos mediáticos sobre el aborto. El trabajo triangula las perspectivas de los problemas públicos (Blumer, 1971; Gusfield, 1981, 2014; Pereyra, 2010) con los lineamientos de los movimientos sociales (Gamson, 1992; Meyer y Staggenborg, 1996; 2015; Snow y Benford, 1988, 1992; Staggenborg, 2001), de los estudios de género (Ciriza, 2007; De Beauvoir, 1949; De Miguel Álvarez, 2003; Wollstonecraft, 1998) y del framing (D’Angelo, 2012; Entman, 1993).
Entre los resultados se destacan las estrategias y recursos para la lucha política feminista en el contexto de un orden patriarcal (Amorós, 1991; Lagarde, 1996; Millett, 1975). Además, se evidencian las prácticas periodísticas que apuntan a reforzar la situación de injusticia que padecen las mujeres y la forma en la que se consolidan responsabilidades individuales en lugar de políticas o sociales. A public issue is a particular view of a situation at a certain point in time. It involves a selective
process, via which the issue is plucked from a multiplicity of potential realities and goes through
a collective definition that legitimizes it upon a competitive arena, where the meaning of all social issues is in dispute. Communication media are crucial in this process, as news outlets define
problematic situations and attribute responsibilities.
In this sense, the goal of our paper is to analyze how gender violence has been established as a
public issue. Specifically, it aims to evaluate the antecedents that made it possible to define the
problematic character of violence against women, understand the critical events (Staggenborg,
1993) that legitimized feminist activism on social media, and analyze media contents regarding
abortion. Our work merges perspectives on public issues (Blumer, 1971; Gusfield, 1981, 2014;
Pereyra, 2010) with concepts from social movements (Gamson, 1992; Meyer and Staggenborg,
1996; 2015; Snow and Benford, 1988, 1992; Staggenborg, 2001), gender studies (Ciriza, 2007; De
Beauvoir, 1949; De Miguel Álvarez, 2003; Wollstonecra, 1998) and framing (D’Angelo, 2012;
Entman, 1993).
Among our results, we highlight the strategies and resources employed by feminist political activism in a patriarchal context (Amorós, 1991; Lagarde, 1996; Millett, 1975). Moreover, we reveal
journalistic practices that seek to reinforce injustice against women and attribute responsibility
in individual – rather than political or social – terms. Um problema público representa uma visão particular de uma situação em um determinado
momento. Trata-se de um processo seletivo entre uma multiplicidade de realidades potenciais
que requer de uma definição coletiva que o legitime em uma arena competitiva na qual se disputa
o sentido de todas as problemáticas sociais. Ali, os meios de comunicação são atores chave já que
nas notícias jornalísticas se definem situações problemáticas e se atribuem responsabilidades.
Nesse sentido, o objetivo geral desta investigação é analisar a constituição da violência de gênero como problema público. Especificamente, o objetivo é avaliar os antecedentes que possibilitaram a definição da problemática da violência contra a mulher, compreender os eventos
críticos (Staggenborg, 1993) que legitimaram o ativismo feminista nas redes sociais e analisar
os conteúdos mediáticos sobre o aborto. O trabalho triangula as perspectivas dos problemas
públicos (Blumer, 1971; Gusfield, 1981, 2014; Pereyra, 2010), com as diretrizes dos movimentos sociais (Gamson, 1992; Meyer y Staggenborg, 1996; 2015; Snow y Benford, 1988, 1992;
Staggenborg, 2001), estudos de gênero (Ciriza, 2007; De Miguel Álvarez, 2003; De Beauvoir,
1949; Wollstonecra, 1998) e enquadramento (D’Angelo, 2012; Entman, 1993).
Entre os resultados destacam-se as estratégias e recursos para a luta política feminista no contexto
de uma ordem patriarcal (Amorós, 1991; Lagarde, 1996; Millett, 1975). Além disso, se evidenciam
as práticas jornalísticas que apontam a reforçar a situação de injustiça que padecem as mulheres
e a forma em que se consolidam responsabilidades individuais no lugar de políticas ou sociais