La Campaña Permanente : una matriz para identificar excesos de electoralismo en la comunicación gubernamental actual

Abstract

La campaña permanente plantea que la campaña electoral no termina el día en que se llevan a cabo las elecciones, sino que se prolonga durante la gestión: todos los días son elecciones. Si bien esta noción comenzó a forjarse en el ámbito del marketing político a finales de la década de los 60 y se cristalizó en los 80, la campaña permanente es un fenómeno actual.

Este trabajo propone una reconceptualización de la campaña permanente para adaptarla al ejercicio de la comunicación política en la actualidad. Es definida como un estilo de comunicación que superpone rasgos de comunicación electoral sobre la comunicación gubernamental. A partir de este concepto y del análisis teórico, se elaboró una herramienta en forma de matriz de análisis que funciona como soporte explicativo de las características de la campaña permanente y que permite identificarla en actos comunicativos de los gobiernos de la actualidad. Como primera instancia de validación empírica de la matriz, se construyó un corpus de 72 ejemplos de cada uno de sus postulados.

Del análisis teórico y del resultado de la ejemplificación de la matriz se concluye que la campaña permanente, tal y como se la define aquí, está vigente. Su rasgo más sobresaliente, por la frecuencia con la que se encuentra, es la hiperpersonalización y se da con pluralismo ideológico, ya que han podido identificarse ejemplos tanto de gobiernos de izquierda como de derecha.

La matriz es una construcción original y preliminar, ya que se espera que futuras investigaciones sobre el tema puedan ampliar las categorías de análisis para lograr mayor profundidad en los resultados de su aplicación.

The permanent campaign states that the electoral campaign does not end on the day the elections are held, but rather continues during the administration: every day is an election. Although this notion began to take shape in the field of political marketing in the late 1960s and crystallized in the 1980s, the permanent campaign is still in force.

This work proposes a reconceptualization of the permanent campaign to adapt it to the exercise of political communication today. It is defined as a communication style that overlaps features of electoral communication on government communication. Based on this concept and the theoretical input, I elaborated a tool that took the form of a matrix of analysis that works as an explanatory support for the characteristics of the permanent campaign and allows it to be identified in communicative acts of current governments. As a first instance of empirical validation of the matrix, a corpus of 72 examples of each of its postulates was built.

From the theoretical analysis and the result of the exemplification of the matrix, it is concluded that the permanent campaign, as defined here, is currently happening. Its most outstanding feature, due to the frequency with which it is found, is hyperpersonalization and occurs with ideological pluralism, since examples of both left-wing and right-wing governments have been identified.

The matrix is an original and preliminary construction since it is expected that future research on the topic can expand the categories of analysis to achieve greater depth in the results of its application.

A campanha permanente afirma que a campanha eleitoral não termina no dia da eleição, mas continua durante o governo: todo dia é eleição. Embora essa noção tenha começado a tomar forma no campo do marketing político no final dos anos 1960 e se cristalizado nos anos 1980, a campanha permanente ainda está em vigor.

Este trabalho propõe uma reconceituação da campanha permanente para adaptá-la ao exercício da comunicação política na atualidade. É definido como um estilo de comunicação que sobrepõe características da comunicação eleitoral à comunicação governamental. Com base nesse conceito e na análise teórica, desenvolvi uma ferramenta em forma de matriz de análise que funciona como suporte explicativo das características da campanha permanente e que permite identificá-la em atos comunicativos dos governos atuais. Como primeira instância de validação empírica da matriz, foi construído um corpus de 72 exemplos de cada um de seus postulados.

Da análise teórica e do resultado da exemplificação da matriz, conclui-se que está em vigor a campanha permanente, tal como aqui definida. Sua característica mais marcante, pela frequência com que é encontrada, é a hiperpersonalização e ocorre com o pluralismo ideológico, uma vez que foram identificados exemplos de governos tanto de esquerda quanto de direita.

A matriz é uma construção original e preliminar, pois espera-se que futuras pesquisas sobre o tema possam ampliar as categorias de análise para alcançar maior profundidade nos resultados de sua aplicação.