¿Puede un registro basado en blockchain funcionar como una herramienta de “resguardo/protección” para las obras de arte generadas por la inteligencia artificial?

Abstract

El presente trabajo busca reflejar cómo las obras de arte creadas por las inteligencias artificiales (IA) interpelan la necesidad de dinamizar el derecho de autor y exponen el protagonismo de la tecnología tanto en el proceso creativo como en la gestión de derechos. El objetivo es evidenciar la intersección entre arte y tecnología y evocar, frente al actual vacío legal desde la propiedad intelectual (PI) respecto a las obras de las IA, la posibilidad de implementar el uso de sistemas o mecanismos alineados con la tecnología para ejercer y reclamar derechos para una adecuada vigilancia activa y ágil sobre la base de información segura, trazable e inmutable. Para ello, se abordan tensiones y fricciones entre creatividad humana y artificial en el marco de la PI y se analizan particularidades de diversos casos. Asimismo, se indaga sobre la eficacia de las tecnologías basadas en la cadena de bloques y su impacto en el ecosistema de la PI, buscando comprender argumentos mediante el análisis de whitepapers publicados por el máximo organismo a nivel mundial de la PI. Como resultado final, se hizo foco en la necesidad subyacente de seguridad jurídica, satisfacción de tutela y protección de realidades en constante cambio, aun cuando existen lagunas en el derecho. Por ello, no se plantea una solución al dilema que enfrenta el derecho de autor en la temática, sino que se propone una alternativa –el potencial de un registro– con las características que le otorga estar basado en blockchain como herramienta eficaz de resguardo o respaldo de “autoría/propiedad” para este tipo de obras, su valor a tal fin y cómo este puede ser útil, sostenible y sustentable en el tiempo, además de aportar transparencia tanto en la etapa previa como posterior a su regulación sin obstaculizar, sino fomentando, la innovación.

The present paper intends to reflect how artificial intelligence (AI) artworks question the need to dynamise copyright and expose the role of technology both in the creative process and the management of copyright. The purpose is to evidence the intersection between art and technology and evoke, faced with the present legal gap of intellectual property (IP) with regard to AI generated artworks, the chance to implement the use of systems or mechanism lined up with technology to execute, enforce and claim rights as well as for an adequate, active and agile surveillance based on safe, traceable and immutable information. In order to do this, the tensions and frictions between human and artificial creativity within the framework of IP are approached and special characteristics of different cases are analysed. At the same time, the effectiveness of blockchain technologies and their impact on the IP ecosystem are studied and discussed through the whitepapers published by the world’s highest IP organization (WIPO). A highlight in this work is the underlying need of legal certainty about authorship and protection for the ever-changing realities even when there are still some gaps in the law. Finally, a solution to the dilemma and lack of copyright in this subject is not proposed but rather an alternative to contribute in this matter: this is the potential of a blockchain-based registry as an efficient tool for safeguarding “authorship/ownership” of AI generated works of art, in adittion of it’s value for that purpose and it usefulness, sustainability in time, providing transparency in the period of time before and after its legal regulation –if it’s occurs– without being an obstacle but fostering innovation.

O presente trabalho busca refletir como as obras de arte criadas pelas inteligências artificiais (IA) interpelam a necessidade de dinamizar o direito de autor e expõem o protagonismo da tecnologia tanto no processo criativo quanto na gestão de direitos. O objetivo é evidenciar a interseção entre arte e tecnologia e evocar, ante o atual vácuo legal desde a propriedade intelectual (PI) a respeito das obras das IA, a possibilidade de implementar o uso de sistemas ou mecanismos alinhados com a tecnologia para exercer e reclamar direitos para uma adequada vigilância ativa e ágil sobre a base de informação segura, rastreável e imutável. Para tal, são tratadas tensões e fricções entre criatividade humana e artificial no âmbito da PI e são analisadas particularidades de diversos casos. Além disso, indaga-se sobre a eficácia das tecnologias baseadas na cadeia de blocos e seu impacto no ecossistema da PI, procurando compreender argumentos mediante a análise de whitepapers publicados pelo máximo organismo a nível mundial da PI. Como resultado final, salientou-se a necessidade subjacente de segurança jurídica, satisfação de tutela e proteção de realidades em constante mudança, ainda quando existam lacunas no direito. Portanto, não se propõe uma solução para o dilema que enfrenta o direito de autor na temática, senão que se propõe uma alternativa –o potencial de um registro– com as características que lhe outorga estar baseado em blockchain como ferramenta eficaz de resguardo ou apoio de “autoria/propriedade” para este tipo de obras, seu valor a tal fim e como este pode ser útil e sustentável no tempo, além de fornecer transparência tanto na etapa prévia quanto posterior à sua regulamentação sem obstaculizar, senão fomentando, a inovação